sábado, 20 de junho de 2009

Déjà vu

Escuridão, sonhos, escuridão, sonhos. Luz. Bocejo. Chinelos, sapatos. Água, creme dental, escova. Água, água, sabonete, água, água, toalha, roupão. Bocejo. Janela, sol, mesa, cadeiras, xícara, café, leite. Livro, letras, palavras, capítulo. Cama, guarda-roupa, saia, espartilho, meia arrastão, coturno. Instrumento. Bolsa, chaves, porta, chave, portão. Trânsito, trânsito, vultos, barulho, poluição, trânsito, vai, vem. Sorriso, abraço, beijo. Porta. Cadeiras, janelas, ventilador, instrumentos, professor. Allegro, colcheias, notas, arco, vai, vem, vai, vem, nota, dedo, som. Música, sorriso, elogio, vergonha, sorriso. Suco, biscoito, suco. Partitura, notas, arco, dedos, sons, vida, prazer, emoção. Comoção, lágrimas, lágrimas. Sorriso, lágrimas. Notas, dedo, arco. Soluço. Repetição. Trânsito, vultos, poluição, trânsito. Bolsa, chave. Quarto, cama. Roupas, chão. Dois, cama, prazer, gozo, um. Beijo, testa. Escuridão, escuridão.

domingo, 15 de março de 2009

Muito Além do Olhar

- Posso não ler mentes, mas sou uma observadora de olhares, que com o tempo aprendeu a decifrá-los.
- Então decifre os meus.
- Sarcasmo, medo, insegurança de eu descobrir o que realmente se passa aí dentro.
Aquele olhar medroso, agora olhava o chão.
- Acertei?
- Você sabe o que passa aqui dentro.
- Juro que não sei.
Agora aquele olhar me fitava outra vez.
- Então veja-os, observe-os, você não sabe decifrar olhares? Faça isso em mim, mostre a mim mesmo e a você que tem aqui dentro, deixe tudo como uma ferida exposta.
- Eu não posso.
- Mas por que não?
- Eu não quero.
- Eu te imploro.
- Você é um mistério.
- Desvende-o.
- Eu tenho medo.
- Do que você tem medo?
- Medo de ver quem você realmente é, medo de ver essas feridas que estão tão guardadas. Tenho medo de te desvendar, medo de me encontrar aí dentro.
- Mas você está aqui dentro, entrou e fechei a porta, não poderá mais sair.
- E se eu quiser sair? Eu quiser conhecer outras portas, há tantas, outras milhares de portas.
- Você não me ama mais?
- Eu pergunto isso a você, ainda me ama?
- Muito.
- Será que muito é o bastante?
- O que você quer? Quer que eu pule de uma ponte por você?
- Não é necessário.
- Então?
- Quero palavras, não quero apenas olhares, quero palavras, quero te ouvir. Quero palavras escritas, faladas, cantadas.
- Mas o que é isso tudo?
- Não quero essas palavras, essas palavras da boca pra fora.
- Não são da boca pra fora.
- Tem certeza?
Silêncio.
- Quais você quer?
- Quero que você me diga o que eu sou pra você.
- Tudo.
- Quero palavras, várias, não apenas uma, clichê, apenas tudo é pouco. Quero que você converse comigo sobre nó, quero que diga mais coisas além de "sim", "muito", "tudo", "por mim tudo bem", eu cansei de frases feitas. Quero ouvir seu coração.
- Eu falo por ele.
- Comigo?
- Sempre, todas, até frases prontas, os "aham", os olhares, os sorrisos, tudo é de coração.
Sorri. Aquele olhar medroso dizia a verdade.
- Eu te quero.
- Então venha, eu estou aqui, inteiro, mesmo com poucas palavras, estou aqui, todo coração.
- Eu não posso.
- Eu quero te entender.
- Não tente, você não vai conseguir, apenas uma pessoa conseguiu. E ela me mudou completamente, eu não quero mudar tão drasticamente outra vez. Eu quero que você me ame, eu quero te amar, quero mais palavras, menos olhares. Me abraça?
- Claro meu amor.
Abraçados a noite e o silêncio surgiu.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

The Secret Garden


Procurando entre palavras, algo que eu conhecia, em uma porta encontrei um jardim secreto.
Discreto, lindo, rico, um jardim secreto onde flores e palavras brotavam em um canteiro pessoal.
Palavras muitas vezes confortantes, flores multicoloridas que só a imaginação é capaz de criar.
Sentei ao lado desse canteiro, era misterioso, e eu sem medo, e com uma inexplicável vontade de me aventurar nesse jardim, quis desvendar os mistérios desse Canteiro Pessoal. Não há como explicar o que cada flor, cada palavra, cada cor me fazia sentir. Olhei uma flor e fiquei intrigada, parecia solitária, mas as palavras que ela exalava eram alegres, como se o fato de ela estar ali um pouco mais adiante das outras, fizesse com que ela observasse os riscos e as vantagens da solidão e na solidão ela devorava a si mesma, conhecendo lados que não conhecia, transformando suas palavras nas mais puras palavras daquele canteiro, palavras do fundo do coração, cores da alma.
- Quem será o jardineiro? Quem será a pessoa do coração puro que faz florescer as mais doces palavras, a flores de cores nunca vistas?
Era um anjo. Anjo que nunca vi, mas poderia sua presença ali, forte e suave, de alma pura, coração cheio de amor. Havia algo nele, e naquele lugar que me faz sentir em casa. Mas é a hora de ir. Indo vou levando comigo um pouco de vida desse Canteiro Pessoal, para o meu singelo jardim que está apenas começando a florescer.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Pipa

Nosso amor era uma pipa no céu. Céu claro, limpo sem nuvens, vento sempre a favor, lá no alto, inatingível. Daqui de baixo ficamos cuidando, cuidando de nós mesmos, sem ligar para ela lá em cima. Nos distraímos com sonhos, gozos, fantasias, sentimentos, que não sabíamos o que eram. Erramos, imaturos (confesso que ainda sou). Nos distraímos, narcizistamente. Nos distraímos um procurando no olhar do outro, aquilo que idealizamos, aquilo que fantasiamos que existia. Lá, bem alto; aqui, tão oco.
Sorrisos eram vistos, juras foram trocadas, inexperientes não sabíamos que se da nossa parte era eram verdadeiras. De vez em quando sem muita atenção olhávamos lá pro alto, mas logo virávamos chamados por coisas banais.
Mãos acariciavam um ao outro idealizando um par perfeito. Mentes ao mesmo tempo procuravam outro, não queríamos nós mesmos. Tínhamos um ao outro como refúgio simplesmente, não aquele refúgio como quando há amor, uma rota de fuga.
Nas noites frias tínhamos um ao outra para esquentar o corpo. Mas a pipa lá no alto, ou o coração aqui dentro, continuava com frio. Juntos somente por prazer? Creio que não era, era mais que um toque. Imaturos não sabíamos identificar, não sabíamos o significado daqueles sentimentos, éramos crianças mas mesmo agora mulher, ainda não sei ao certo o que era. Será que continuo imatura?
Inatingível. Tão inatingível que nós mesmos, creio que desistimos de tentar atingir, ou de renovar aquele sentimento, lindo-oco-desconhecido. O tempo ia passando, sol, chuva, chuva, vento, frio, a natureza. Ah a natureza, esquecemos dela, esquecemos do amor, da pipa, acho que esquecemos de nós mesmos, tão preocupados com nós, que esquecemos de nós. Risos, lágrimas, palavras, olhares, tudo levantou vôo com a pipa. Pipa, que pipa? Quando nos demos conta, quando lembramos de cuidar dela, ela não estava mais lá. Talvez foi o vento que a levou ou ela se desmanchou com as forças da natureza, ou até nós mesmos, cegos por uma cegueira desconhecida, fomos lá e cortamos a linha e deixamos ela livre. Não sabemos ao certo o que foi, só sabemos que a culpa foi nossa, sabemos que nós, nos deixamos livres para amar novamente.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Paredes

Trancada em meu quarto
cheio de vazio
sozinha
completamente sozinha
sigo.
Passo meus dias frígidos
observando paredes
Paredes do qual escorrem medos
fluindo como água
Decaindo fantasias
Sozinha
Ah paredes gélidas são meu refúgio
me banhando de receios
me enchendo de alucinações
minhas companheiras
Refletido em cada canto
faces minhas que desconheço
À noite elas me abraçam
me consomem
Cheia continuo vazia
Junto a elas, sozinha...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Diálogo sobre ele


_Quem é ele?
_Ele,ele é um menino de olhos perfeitos.
_Que cor?
_Não sei ao certo,pois quando olho nos olhos dele fico hipnotizada,não sei de mais nada,(acho que é verde).Aquele olhar me congela,me paralisa,ainda mais quando olha fundo nos meus parece enxergar minh’alma,e eu a dele.Aquele olhar é minha salvação.Isso sem falar no sorriso.Quando o vi pela primeira vez,naquela noite de outubro inesquecível, me apaixonei primeiro pelo sorriso,não conseguia parar de pensar naquele sorriso,que estava tão longe e ao mesmo tempo ali,ao lado.Parecia impossível.Tentei achá-lo em outros que pareciam possíveis,mas era uma busca embalde,aquele sorriso era só dele,e ele agora é só meu(não que eu seja dona,mas acho que ele não sorri pra ninguém do mesmo jeito que sorri pra mim).
_E ele te faz feliz?
_Muito,creio que sou uma das pessoas mais felizes do mundo.As coisas que ele diz,o jeito dele,o sorriso,me fazem sorrir,me deixa alegre,me faz ser leve como uma pluma,pluma que baila pela brisa como se nada mais importasse,e com ele nada mais importa mesmo.Ele me fez deixar medos de lado,ele é meu refúgio.
_É ele que tem as mãos geladas?
_Sim,mãos que quando me tocam me arrepiam,me deixam louca de desejo.Desejo pelos seus beijos,seus abraços,que ao contrário das mãos são quentes.Menino das mãos quentes,do coração em chamas.Menino que me deixa em chamas.
_E o que sente por ele?
_Desculpa,mas... não consigo expressar em palavras.É tão estranho,é tão maravilhoso,e eu o amo muito.Amo mais que tudo nessa vida,é tão diferente nunca senti isso,sou imatura para sentimentos,mas com relação a ele tenho certeza do que sinto.
_Como tem tanta certeza?
_Eu não sei.Quando olho para ele,é como se o conhecesse há séculos e quando fico longe,falta um pedaço meu,ele já faz parte de mim.Eu o amo mais que a mim mesma.
_E o fim da história?
_Que fim?Esse é apenas começo.

Eu sei voar


Já era manhã,e em silêncio ,mas bem dançante ela abriu a porta.Pisando leve, parecia flutuar,segurando risadas caminhava até seu quarto.
_Isso são horas?
Descoberta.Com cara e gestos de criança quando apronta e é descoberta,pega no flagra,assustada e tranqüila ela sorriu.
_Bom dia papai. –disse ironicamente.
Seu pai, um jovem senhor de cabelos grisalhos,aparência rude,do qual deixava-o mais velho.Vestia um pijama de moletom e um velho chinelo,óculos e rugas no rosto,aparência mórbida,fúnebre.
_E esse cheiro insuportável de cigarro?Anda bebendo,fumando e o que mais?Olhe suas roupas.
_Dançando-disse ela demonstrando como.
Aquele rosto rude se fechou mais ainda.E quando Angélica.apos ter mandado um beijinho,se dirigia ao quarto,seu refugio,ele continuou.
_Uma vadia como a mãe.Ela adorava se mostrar para os homens com roupas insinuantes.Sempre bebendo,sempre fumando.uma perfeita vadia e você esta indo no mesmo caminho.
_Não fale assim da minha mãe – disse Angélica virando-se rapidamente,com os olhos rubros de tanta fúria –Ela não era uma vadia,ela era jovem,linda,viva,não como você um morto velho e doente.E sim os homens a olhavam ,desejavam ,ela era linda.Só tinha um defeito,ela o amava.
_Amava?Que tipo de amor era esse?Saia com vários homens,não dava a mínima para mim.Nem para você,quando era bebe eu tinha que cuidar de você enquanto ela ia se divertir.
_Ela mo amava – gritou ,com lagrimas escorrendo pelo rosto vermelho,pois de tão branca quando chorava ficava vermelha – Ela o amava,ao contrário de você .E eu,eu te odeio.
_Cala a boca menina.Ela nunca ligou para você.Tinha você somente como um troféu,para assim posar de boa mãe,boa esposa,mas no findo ela nunca te amou.
_Amou sim.eu poderia ser um troféu pois ela merecia,uma boa mãe,uma boa esp...
_Nem ouse terminar essa frase,sua vadia –disse o pai nervoso,o clima pesado que estava lá dentro era o oposto do lado de fora.Lá havia sol,luz,alegria,lá dentro era noite,noite chuvosa,uma tempestade banhando tudo de ódio –Você não sabe de nada.
_Sei sim,seu velho imundo.Sei que foi você quem a matou.
_eu não a matei,ela se jogou daquela ponte,ela era doente,dizia que podia voar.
_Doente é você.Você a matou,a trancafiou nesse seu mundo sórdido.Você a impedia de ver o sol, não a deixava ser quem era,a proibiu de sair,a proibiu de viver.Você a convenceu de que era louca,dopando-a,matando-a aos poucos,internando-a em clinicas,falando aos quatro ventos que ela era louca,sendo que o único louco e doente é você.
Ele enfiou a mão no rosto dela e o barulho do tapa ecoou no corredor.Naquele rosto delicado a marca daquela mão pesada e no coração a marca do ódio que sentia e da falta que sente de sua mãe.
Chorando ela cuspiu nele.
_Covarde,doente,você deveria estar naquele caixão no lugar dela.
Correndo ela entrou em seu quarto e trancou a porta.Estava segura.Seu quarto era como um quarto de toda menina da sua idade,com retratos da mãe por ele todo e fotos de ídolos.Num canto havia uma velha guitarra,companheira de farra,sua cama era impecável,pelo chão haviam sapatos de longos saltos espalhados,pelo tapete ursos de pelúcia, em cima da penteadeira um crânio de gesso enfeitado com um lindo laçinho vermelho,alem de suas maquiagens perfeitamente arrumadas,como as de sua mãe.Entrando nervosa,sentou-se no chão com as mãos no joelho,balançava-se,sorria,chorava,gritava,sussurrava palavras do qual n~o se entendia.
Levantou-se e começou a andar em círculos pelo quarto,atordoada.
_Eu quero ser que nem ela.Não,eu sou que nem ela – ria e chorava ao mesmo tempo – Ambas queríamos voar,somos iguais,olhos,cabelo,ate essa pintinha –apontou para sua pinta no pescoço- Mãe,eu vou voar também,você conseguiu,eu também vou conseguir.
E continuou a rodar pelo quarto.De vez em quando abria uma gaveta e pegava uns comprimidos,que engolia a seco mesmo.E desse jeito,rindo,chorando,sussurrando,as vezes sentada em um canto.outras rodando,outras deitada,ela passou a tarde inteira
_Mãe eu vou voar como você.eu vou voar para você.
E assim já era noite,ela abriu o guarda-roupa,pegou seu vestido favorito,um sapato,pegou também o laçinho do crânio que havia na penteadeira e colocou no cabelo,maquiou-se,perfumou-se, e saiu de seu refúgio .abriu a porta do quarto de seu pai.
_Adeus,velho ranzinza,eu vou voar,eu posso voar.
E saiu pelas ruas,bailando,rodando de braços abertos,como se aquele terrível barulho de carros,cães,pessoas pelas ruas,fossem uma bela sinfonia.De repente em cima de uma ponte ela parou e sorriu um doce e maligno sorriso.Olhando para baixo nas pontas dos pés,ela disse:
_Mãe não é só você que pode voar.
De olhos fechados,com o vento em seu rosto e cabelos,sorriu e gritou:
_Mãe!Mãe!Olha eu também sei voar!
E voou...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Versos a você

Todos meus versos são para você.Mesmo os ilegíveis,os inocentes,os impuros,os chorados,os feitos a base de risadas,os sonhados,os acordados.
Os versos tristes.Os românticos,os debaldes,os impossíveis e possíveis de se entender,são a você.E também aqueles feitos com estrelas,com luas,lágrimas,chuvas,ventanias,medos.
Versos épicos,simbólicos,os bagunçados,vividos,esperados,amados.Versos escritos ou não.Sim,todos são a você.
Versos monossílabos,dissílabos,dodecassílabos.Versos cantados,tocados,recitados,publicados ou não.Versos lidos ou não,de coração,de corpo,de alma.Feitos em papéis,em paredes,tetos.Sob chuva,luas,sol.Versos com cicatrizes ou não,em pânico ou em paz.,sem desespero,sem receios.
Todos até os que virão são para você.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Sentada na areia da praia. O sol se pondo no horizonte em meio ao céu nublado. Com os olhos fechados eu respiro fundo, e sinto seu cheiro. Ele me entorpece.
O vento corre, voa, paira sobre o mar azul e quando chega ao meu rosto, sinto como se você sussurrasse aos meus ouvidos.
Gotas de chuva começam a cair do céu. E cada gota que cai em mim, sinto suas mãos passeando em meu corpo.
Como é enlouquecedor o desejo de te ter, de te beijar, sentir o gosto de seus lábios. De querer te abraçar forte, de sentir seu corpo quente junto ao meu, sob essa chuva fria. De ouvir sua voz sussurrando em meus ouvidos, me arrepiando.
Mas, ao abrir os olhos só há a chuva e meus pés descalços sobre a areia...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Você poderia me amar em três minutos?

Você poderia amar aquela garota que te observa ao longe?Garota que só de ouvir sua voz estremece?
Em três minutos você conseguiria amar a menina do violino mudo?A garota que tem as paredes, o teto, o chão do quarto escritos versos a quem ama.Você poderia amar a garota que não é amada?Menina que com os pés no chão,voa bem mais alto.Que sonha acordada.Que dorme chorando.
Será que você é capaz de amar,essa garota que anda na chuva pois crê que cada gota que cai nela,seria o toque de seu amado?Garota de pés descalços,de esperanças vazia.Menina de gelo.Menina de medos.Garota das palavras envenenadas.
Você é capaz?
Você amaria a garota que chora e que ri sem medos?Menina que pode escrever,mas nunca tocará piano?A garota que não sabe fazer nada,você é capaz de amar?
Ela o ama e ao menos não sabe seu nome.Será que a amaria em três minutos?Pois ela sabe que a amando,você pode transformar esses três minutos em sua vida inteira.